sábado, 11 de junho de 2011

Teu silêncio é mais alto que um tiro.


(A saudade é uma filha da puta que não respeita nada, senta na sua sala e fica olhando bem na sua cara. Pensando assim: “babaca”.)



                   Encheria meu quarto e o teu, se fosse sólida, a saudade

2h26. Deitada, olhando pro teto.

Ontem, antes um pouco do sono chegar, me peguei pensando em um turbilhão de coisas, como de costume, claro. Coisas feitas, não feitas, pendentes, procuras e esperas. 
Entre um devaneio e outro, olhava pro celular, na espera de que algo chegasse, qualquer sinal. Um "oi", um "desculpa", um "esqueci" que seja. Mas, nada chegava. O sono não vinha, o cansaço tomava conta de cada parte do meu corpo, e os pensamentos cada vez mais borbulhavam misturados, embaralhando todo e qualquer raciocínio.

3h45 da manhã, e eu ainda não havia dormido.

A questão é que a gente não precisa procurar por "nada",o "nada" nos acha no momento em que a gente nem se quer lembra de começar a procurá-lo, e assim se faz um "tudo". A gente não se encontrou, gente se colidiu. Somos um trágico e monumental acidente de trânsito onde tudo faz sentido -ou quase tudo. Cada barra de aço retorcido que me cutuca por dentro os pulmões quando estou apenas tentando respirar parece ter lá sido colocada por divina providência.

4h05 O sono chegou, o teu sinal não. Dormirei.


A vida não é feita de procuras. E sim de longas salas de espera.

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