quarta-feira, 25 de maio de 2011

Preencher.


E aos poucos vou mudando o foco vou me reencontrando, e me perdendo novamente. E é nessa idas e vindas que a gente aprende muita coisa, a gente pisa firme com quem deve pisar, e mais cauteloso ainda com quem não deve. É nessas idas e vindas que a gente decora o caminho e nunca mais esquece de esquecê-lo.

Saudades, acredita? Tão pouco tempo pra tanto carinho. ;*

terça-feira, 24 de maio de 2011

Não é?



Não é do tipo de coisa que tu encontras no chão. É ele que te encontra, e quase sempre é quando tu estás no fundo do poço, procurando um buraco ainda mais escuro e longínquo pra ecoar teus gritos.Também não é do tipo de coisa que tu podes procurar até encontrar. Normalmente é ele que te encontra quando já estavas cansado de tanto procurar. São muitos cantos, muitos corredores e a gente passa a nossa vida perdido em largas avenidas.Pode-se dizer, também, que não é do tipo de coisa imprescindível na vida. No entanto, quando a gente encontra, ficamos perguntando a nós mesmos como é que conseguimos viver tanto tempo sem. Não é do tipo de coisa perfeita. Longe disso. Mas tu vais encontrar sublime beleza nos seus mais profundos defeitos. E ele vai perceber todos os teus assim que cruzar o olhar contigo.

Não é nada disso. Mas o que é, eu também não sei.

Saudade da tua mão na minha, daquela praia, daquela música, do teu olho assustado e teimoso, do teu beijo misturado com riso. Saudade de mim envolta nos teus braços, fazendo carinho no rabisco do teu mindinho.




(Doente)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Traveling toward happiness.


Mala pronta, despacharei-a hoje. Fortaleza me espera de braços abertos e por tempo indeterminado. Infelizmente.

Dormirei a viagem inteirinha. Porque aguentar 6 horas e meia(segundo informações) acordada e cansada do jeito que eu estou, não, impossível.
Au revoir.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Poetisa.



Um te amo disfarçado de se cuida
Nunca foi problema pra ninguém.
A saudade te espera depois da curva
Te acompanha e te chama de "meu bem"
Na verdade por ser melhor do que esperar
Eu sempre vou levando a minha vida devagar
Estou partindo mas deixo, partir do coração 
Esse meu sentimento traduzido em canção


(O que eu sinto? Eu não sei te explicar.
Eu preciso para me vigiar. Poetisa)


Os retratos dos seus planos de uma vida
Desbotados e deixados para trás.
O que já não parece ser uma ferida
Nunca cicatriza, nunca cicatriza.
Felicidade me chamou, não vieram me avisar
enquanto estava aqui mandaram outro em meu lugar
Estou partindo mas deixo, partir do coração
Esse meu sentimento traduzido em canção



(O que eu sinto? Eu não sei te explicar.
Eu preciso para me vigiar. Poetisa)

(Victor Farias e Rafael Farias - Diffusão)
Quer conferir mais letras? http://www.vagalume.com.br/diffusao/ 
Em breve Teaser  das músicas novas no Youtube.

terça-feira, 17 de maio de 2011

I miss you, I need you.

Mãe, digo e repito, se a senhora quiser voltar de 

viagem já pode! ;* Saudades =~~~~~~

The last letter.



Me dei, mudei. E você o que? Fiz tudo, embrulhei o mundo e te dei de presente. E você o que? Joguei, lutei, arrisquei, amei! E você o que? Um amor maior: Impossível. E você o que? Ultrapassei meu íntimo. Vendei meus olhos, os olhos da alma. Ignorei meus padrões. Ocultei minhas raivas, algumas vezes não deu, mascarei meus ciúmes, acariciei minhas mágoas. Fiz como pude, e como não pude! Do teu jeito fui levando, algumas vezes (ou na maioria delas) amor próprio me faltou, desconheci, mas eu só queria o teu amor. Por inúmeras vezes eu te amava mais do que o tudo, e eu pergunto: E você o que? Armei tua lona, fiz teu circo, pintei teu mundo. Fiz de você meu primeiro. Usei tuas cores, anulei as minhas. Aceitei tuas verdades erradas, aniquilei as minhas. E você amor? O que? O que você fez? Despedacei meu ego, levantei a nossa bandeira. Me julguei egoísta, fui contra tudo ao teu favor. Chorei, chorei, chorei enquanto você dormia, até o meu peito se fazer vazio. Fiz birra, cena, novela. Decorei um texto pra que nada desse errado. Abri a mente, fiz preces, fantasiei um mundo (o que pra mim não era tão difícil). Amei teu corpo, teu jeito, teu cheiro, teu sorriso, tua sombra, abri meu peito, acreditei na gente. Não desconfiei nada, confiei demais até. Ouviu minha canção? Abriu o peito? Trocou de canal? Falou "aquela frase"? Fez planos pra mim? Escolheu um filme pra gente? Foi minha companhia em todos os momentos? Foi meu remédio pra insônia? Usou "aquela blusa"? Me amou de verdade? Pensou em mim? No que um dia construímos? No quão longe chegamos?


Tudo um dia tem um fim, e tudo na vida tem volta! Tranquilo você pode ficar, Romeu. Risco de amar sem ser amado você não há de correr. Porque amor de verdade você não sabe diferenciar. Dizer que eu vou ser feliz? Quem sabe? Dizer que você vai se dar bem? Tomara! Espero que estejas tudo bem por aí, Romeu.E lembra-te:Eu era importante pra ti, quando tu não era pra ninguém. Te cuida.   


Julieta.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Three.


É quando se está feliz que se quer saber como estão aqueles à sua volta. É só assim que se pára pra ouvir de verdade, sem apenas estar procurando por brechas que o deixem se lamentar. É estando radiante que você tem a sensibilidade de perceber que todo mundo está fodido mesmo. Emprego, faculdade, relacionamento pessoal, é uma imensidão de descontentamento que se assimila ao caráter viral. Por isso que se faz de tudo pra que pessoas negativas sejam mantidas bem longe, atrás daquele frasco gigante dentro da gaveta que você raramente abrirá. Quem é que quer dividir conquistas com quem já perdeu o entusiasmo da perspectiva? Quem é que quer realizar sonhos ao lado de quem não sabe voar?


A verdade é que o que mais faz falta não é chegar em casa e poder dividir o seu dia com alguém, é ter certeza de que esse alguém fez e faz parte inconsciente de cada minuto sem nem sequer ter estado lá.



*Agora vamos todos fechar os olhinhos e cruzar os dedos pra que os próximos dias passem voando.

domingo, 15 de maio de 2011

And fly, fly... away.


Dificilmente serei vista forçando um sorriso. Sou aquela que não controla o que pensa, que não deixa de falar o que tem vontade. Não existe situação que me faça apelar para o piloto automático e nem incluir o conformismo ao meu dicionário. No que quer que eu faça a palavra de ordem será plenitude. Comigo é oito ou oitenta, não quero pedaço, dispenso a metade, não sei fazer expressão de falso contentamento. Tudo ou nada. Se vai se arrepender, não faça e se não vai conseguir cumprir, não prometa. Existo com o propósito de me entregar em absoluto para as poucas coisas que me fazem bem, vivo para ser intensa e não para dizer que sou. Quero estar permanentemente sem ar.


*Mudei o visual, de novo. ;*

sábado, 14 de maio de 2011

Falta de coragem.



Não peço consagração pelas tuas vitórias ou méritos, só não quero conviver com a amargura das tuas derrotas. Admita e tente lidar com os passos em                              falso, os tropeços e os tombos. Eu sou quem lhe dá a mão e não a rasteira...









"You think she's an open book, 
But you don't know which page to turn to, do you? 
Do you?"

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Nota.

É bem por aí. 
O resto vem. O tempo traz. E ninguém tira.
Não se perde o que se conquista, só o que se compra.
E conquistar, cidadão...sai bem mais caro, mas vale à pena.


*Vai valer.




Hey, acabou essa tal manutenção no blog, e com ela se foi minha última postagem. Tenho ela aqui no caderno, mas tô com uma preguiça enorme de repassar pra cá. Farei isso em outro momento, talvez no final de semana.


Tenho escutado MUUUUUITO Ray LaMontagne esses dias, toma aí.
http://www.youtube.com/watch?v=ufWFWplkejA





quinta-feira, 12 de maio de 2011

Estrelas cadentes.


Estrelas: "Uma grande e luminosa esfera de plasma, mantida íntegra pela gravidade."

E ela olhava pro céu, como se com esse simples gesto de admirá-lo ela pudesse tocar as estrelas com as duas mãos. Apagava as luzes da casa, deixava somente o abajur aceso iluminando o canto do quarto. Abria a janela, e lá estavam elas à eliminar o resto do escuro que ainda insistia em ficar presente. E era ao fixar o olhar que ela via o mundo, e pra cada estrela endereçava um dos seus desejos. Ela fechava os olhos com a maior força que pudesse, e fazia um pedido à cada estrela que riscava o céu. E antes mesmo de abrir os olhos, dela saía o maior sorriso contente de todo o universo. Ela era feliz, ela tinha o céu só pra si, ela tinha uma constelação com teu nome.

Meus pés me levam a novos destinos.
Minha memória já não sabe desenhar seu rosto. 




quarta-feira, 11 de maio de 2011

Chegadas e Partidas.



Eu sou um aeroporto.

Na verdade, todos nós. Que outro lugar, senão um aeroporto, divide sob o mesmo teto a alegria do encontro e a tristeza da despedida? Vejo pedaços de mim acima das nuvens, em logradouros distantes, em cidades inóspitas. Recebo, também, de todo lugar, pedaços do mundo que, como ímãs, aplicam-se sobre a minha pele e lá ficam, exibidos por onde passo.
Alguns têm a pista embrenhada entre matas, encoberta por nuvens de chuva, radares desligados ou intencionalmente sabotados. Tem gente que tem medo de avião.
Por medo das partidas, tem gente que não deixa ninguém chegar. São aeroportos fechados. No entanto, a gente só percebe o calor do abraço quando sente a dor de respirar o ar frio da solidão. Você grita aos céus, mas não percebe que vôo nenhum te encontra no radar. Eu sou um aeroporto. Chegadas e partidas são a única certeza na minha vida. Meus olhos estão virados pro futuro, focados na estrada que se prostra à minha frente. Encontro em mim, com igual facilidade, motivos para persistência ou para desistência. E continuar pra quê? Continuo com a força do que levo pra vida. O saldo positivo disso tudo é a quantidade de aviões que acolho. Pedaços de histórias que conto pra mim mesma todo dia, enquanto ergo um tímido sorriso quase que instantâneo de realização.

E você, aeroporto em greve, tá esperando o quê, olhando pra cima?
(Avião não pousa em aeroporto fechado).






[l.s adaptado]

Possibilidades.

Eu nunca fui de lembrar, nem tenho quadros em casa, eles são a fonte do problema.Mas se eu pintar um horizonte infinito, caminhar do jeito que eu acredito, eu vou chegar em um lugar só meu. Lá pode ter um novo amor pra viver, quem sabe, uma nova dor pra sentir, a droga certa pra fazer esquecer, pra apagar a tua marca de mim. Tudo pode estar lá. E eu aqui.


Esmagamento, venha pra mim, não demore.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Nhac.



Ansiedade deixa de ser apenas um estado de espírito para ser incorporada junto a antigos traços que traduzem tão nitidamente um perfil, uma personalidade. É como se todas as borboletas do mundo resolvessem habitar o interior do teu estômago e se debatessem entre a distância das paredes, à procura por um lugar que acomode confortavelmente suas longas e exaustas asas.
E aos poucos vou mudando o foco, me reencontrando, e me perdendo novamente. E, é justamente nessas idas e vindas que a gente aprende muita coisa. Pisa firme com quem deve pisar, e mais firme ainda com quem não deve.A não cair na lábia dos falsos sem o mínimo de esforço, aprende a não acreditar em teorias, palavras e menos ainda promessas. Acredita naquilo que vê, que prova, que toca.É nessas idas e vindas que a gente decora o caminho e nunca mais esquece de esquecê-lo. Vou esperar pra ver o que tem de ser visto. Nhac.




Faltam menos de 9 dias.... 
e, apesar da foto ser velha, é com essa expressão mesmo que eu estou.





[n.a] Adaptado

Oi?



"O mistério me entedia. Dá trabalho. Sei o que acontece, e você também. As maquinações que nos levam até lá é que me irritam, me deixam perplexa, me interessam e me estarrecem. Há muitas coisas em que se pensar, muitas histórias."




P.S: Estou super precisada de uma praia,e de um dia desses.



segunda-feira, 9 de maio de 2011

10 dias.



"A gente é o que sente", ouvi essa frase muitas vezes em uma boa parte da vida, por diferentes pessoas, e em distintas situações. E quando não sabemos o que sentimos? Somos o que, um nada, "o" nada?
Um dia tu me aparece, tu me puxa papo, tu me olha como quem prepara terreno pra uma batalha contra ti mesmo. Tu me ganha com o simples gesto -natural-de sorrir levantando o canto esquerdo da boca, ou me olhando daquele jeito que tu olhou aquela vez, lembra? Que me causou uma brusca e gostosa vertigem, tu conseguiu essa proeza surpreendente. E assim como tu me aparece, tu me some. E me deixa aqui com a tua ausência onipresente que facilmente e irremediavelmente irrita, ausência de uma presença nunca presente, de fato. Uma expectativa por vezes -ou todas as vezes- desmedida, precipitada, um erro de cálculo.Sendo que parando pra pensar as melhores conquistas vem em momentos onde não existem expectativas, definitivamente. Chegam como quem não quer nada, ganham espaço, atenção e tempos depois se responsabilizam pela canalização dos seus sentimentos mais bonitos. In-crí-vel. Quem toma o tempo como ponto de referência sobre o que é ou deixa de ser intenso, jamais entenderia uma vírgula sequer, nem tu aí no qual eu me referi o texto quase (todo).
Ausência presente por tempo: determinado!

[Pode não parecer, mas estou muito bem, obrigada. É que eu costumo colocar tempero demais em tudo que eu escrevo. Mal de piegas, já ouviu falar?] 

domingo, 8 de maio de 2011

Tudo é só isso.



Depois de um tempo, as coisas podem simplesmente não significar absolutamente nada. Costumava ter medo dessa tormenta sentimental, mas hoje em dia acho até cômodo. O que seria de mim vivendo o presente, mas atida ao passado. Deixei tudo lá, exatamente no lugar em que eu guardei. Isso me permite viver com plenitude e despreocupação. Coloquei tudo bem no fundo da gaveta, pelo medo de me desfazer...Minha mãe sempre reclama de como eu guardo coisas das quais nunca precisarei. Elas fazem parte da minha história, das minhas conquistas e perdas, da personalidade que eu construí. ..Mas já não mais fazem parte dos meus sentimentos. Já foi vivenciado, amado e perdido...Já é passado
Está tudo lá, longe do alcance mas perto o suficiente para uma olhadela. Na próxima limpa, quem sabe..


É, cidadão, talvez essas meias não tenham sido realmente feitas para os seus pés. Segue, segue.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Reflexo.





O que seu espelho mostra pra você, quando você está de frente pra ele? O que é que você diz de você mesmo, do que você faz, do que você fez, do que você pensa em fazer? Seria possível tamanho distanciamento de si mesmo, a ponto de fazermos uma auto-avaliação que não seja contaminada pela nossa vaidade? Será possível?

O que tenho descoberto é que, a cada dia que passa, nós, que acreditamos em nós mesmos, vemos no reflexo algo cada vez mais parecido com o que sonhamos. Que fique claro que não me refiro, aqui, à imagem física, as aparências e as enganosas armadilhas que essas nos colocam pelo caminho. Eu falo de sonhos, e de objetivos, que nada mais são do que sonhos dos quais a gente realmente está correndo atrás. Eu falo de missões que a gente dá a si mesmo. Estamos cumprindo? Estamos, ao menos, tentando cumprí-las? Será que a gente sabe qual é a nossa missão aqui? Ou estamos vivendo à toa? O espelho pode nos dizer isso melhor do que ninguém. Estou cansada de gente que não consegue olhar nos olhos, pura e simplesmente por não saber que é atrás dos olhos que se encontra a nossa alma, nosso verdadeiro ser. Essas pessoas não conseguem nem olhar nos seus próprios olhos na frente de um espelho, pois sabem que vão ver o que não querem, mas sabem o que é. Sabem que estão em débito consigo mesmos, e não se demonstram interessados em saldar essas dívidas. Caem no esquecimento.

Falando assim, posso parecer feita de certezas, quando, na verdade, não passo de uma mulher cheia de dúvidas. Mas são essas dúvidas que me guiam atrás de respostas. E o que eu digo aqui, eu aprendi durante essas buscas incansáveis. Quantas vezes acabei encontrando uma pergunta ainda mais inquietante, quando tudo o que eu queria era uma resposta curta e certeira. Não há. Nunca houve. Algumas delas o espelho me conta, quanto a outras, me dá somente dicas confusas. E tem também aquelas que são tão complicadas que eu nem sei por onde começar a perguntar. E é por não ter respostas para tudo que eu acabo escrevendo pra mim mesma essas perguntas. Um dia eu vou saber responder. E vou escrever na minha alma, para que todos leiam por detrás dos meus olhos. Ou quase todos.







[l.s adaptado]

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Agora.

    Tenho sido surpreendida constantemente pelo inédito, pelo inesperado, pela novidade. Nem mesmo eu sabia o quanto estava precisando de novos ares, novos lugares, novas histórias pra contar. Ano passado foi bom, mas repeti demais, permaneci demais em situações que eu sabia que dariam errado desde o começo. Muito disse, muito senti, estraguei uma ou outra coisa, mas sobrevivi. Qualquer outro caminho que eu tivesse seguido não me teria trazido até o agora. Eu estou gostando do agora. E isso só me deixa mais ansiosa pelo que me está reservado no depois.
Parei de caminhar pela marquise, com medo da chuva. Me deixei atingir por raios. E sempre tem um ou outro que é forte o suficiente pra te fazer o coração parar, pra voltar a bater ainda mais forte. É intensa, a vida de quem corre na chuva, sem desviar das poças d'água. É imprevisível, a vida de quem caminha sem medo de escorregar, de olhos fixos no horizonte, desatento às pedras no chão. 
Os tombos viram cicatrizes e, em seus pontos recém costurados, se pode ler uma porção de coisas. E entre "não faça isso" e "faça aquilo", a gente passa a caminhar por estradas cada vez mais estreitas, quase claustrofóbicas. São tantas as lições que a vida nos dá, que, por vezes, vemos nosso mundo se restringir a minúsculos cubículos cercados por insuperáveis muralhas. Assim a gente pára de caminhar, e passamos a viver em um eterno ciclo repetitivo.
     E é quando essa situação se transforma numa chaga insuportável, a gente apalpa as próprias costas e descobre que somos dotados de asas. Lá de cima, a gente pode acompanhar todos os caminhos que deixamos de percorrer, por medo de colecionar novas - e mais doloridas - cicatrizes. Tomados pelo arrependimento, e descobrimos que nossa estrada não é de duas mãos.



E essa sou eu, mazelinha de batom preto. E não, eu não o uso.




[l.s adaptado] 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sorriso incansável.


Não sei bem o que é, mas há algo presente em cada centímetro do teu sorriso que me dá vontade de chutar a porta que dá pra rua e sair correndo, sem saber onde fica a minha casa. Há algo que me priva de usar todas as artimanhas que eu colecionei, que me faz esquecer todas as minhas frases de efeito e que faz com que tudo que eu faça ou diga pareça nada mais do que uma imbecilidade infantil. Não sei bem o que é, mas há algo presente em cada palavra que tu me apontas, que sopra em meu ar essas bolhas de sabão. A trajetória dessas pequenas bolsas de ar é tão imprevisível, tão frágil, que eu fico com medo de tocá-las. E são tantas, essas bolhas, que eu não sei atrás de qual delas eu vou correr. Aí eu fico parada, te não-ouvindo, te não-olhando e, sempre, invariavelmente, sorrindo junto com o teu sorriso.Eu fico sem saber o que fazer.Tu consegue mais do que ninguém me deixar sem resposta, inexplicavelmente sob efeito da inércia.E eu gosto quando tu me olha fixamente, me deixando envergonhada, tu sabes bem fazer esse tipo de repressão. 


(L.S, adaptado)