segunda-feira, 9 de maio de 2011

10 dias.



"A gente é o que sente", ouvi essa frase muitas vezes em uma boa parte da vida, por diferentes pessoas, e em distintas situações. E quando não sabemos o que sentimos? Somos o que, um nada, "o" nada?
Um dia tu me aparece, tu me puxa papo, tu me olha como quem prepara terreno pra uma batalha contra ti mesmo. Tu me ganha com o simples gesto -natural-de sorrir levantando o canto esquerdo da boca, ou me olhando daquele jeito que tu olhou aquela vez, lembra? Que me causou uma brusca e gostosa vertigem, tu conseguiu essa proeza surpreendente. E assim como tu me aparece, tu me some. E me deixa aqui com a tua ausência onipresente que facilmente e irremediavelmente irrita, ausência de uma presença nunca presente, de fato. Uma expectativa por vezes -ou todas as vezes- desmedida, precipitada, um erro de cálculo.Sendo que parando pra pensar as melhores conquistas vem em momentos onde não existem expectativas, definitivamente. Chegam como quem não quer nada, ganham espaço, atenção e tempos depois se responsabilizam pela canalização dos seus sentimentos mais bonitos. In-crí-vel. Quem toma o tempo como ponto de referência sobre o que é ou deixa de ser intenso, jamais entenderia uma vírgula sequer, nem tu aí no qual eu me referi o texto quase (todo).
Ausência presente por tempo: determinado!

[Pode não parecer, mas estou muito bem, obrigada. É que eu costumo colocar tempero demais em tudo que eu escrevo. Mal de piegas, já ouviu falar?] 

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